Nestes tempos de coronavírus há muitas frentes de batalha. Embora a saúde e a vida sejam nossa maior preocupação é fundamental olhar para o mercado e definir estratégias para sustentar sua marca e seus negócios. Assim também as marcas, que são representantes das escolhas do mercado e seus consumidores, precisam de atenção séria e dedicada.
Um dos cuidados é evitar que sua empresa use máscaras. Enquanto vivemos esta crise provocada pelo Covid-19 é comum encontrarmos pessoas usando máscaras para ir ao supermercado ou à farmácia. Da mesma forma, vemos nossos valorosos profissionais da área de saúde enfrentando longas jornadas com este EPI protegendo seu rosto.
Segurança contra o coronavírus
Esta imagem de segurança contra o vírus, pode ser um problema para a gestão das marcas com dificuldades em comunicar de forma eficiente sua atuação frente à crise. Por analogia, algumas empresas procuram passar uma mensagem que não está perfeitamente alinhada aos valores ou a própria essência da marca. Ainda que comuniquem aspectos que julgam ser os mais desejados pelos clientes, quando estes vão procurar esta essência, encontram severa dicotomia entre o que a empresa “diz que faz” e o que ela “realmente faz”.
Esquizofrenia da marca
Essa diferença é conhecida entre os profissionais de Branding como Esquizofrenia da Marca. Trata-se de um paralelo fiel ao transtorno psicológico. Indica que a empresa QUER dizer ou fazer alguma coisa, mas acaba fazendo outra. Usa uma máscara para parecer algo que realmente não é ou não faz. Como na crise atual, empresas que “usam máscaras” buscam proteger sua imagem. Assim, passam a falsa impressão de que são ecologicamente responsáveis, que estão socialmente preocupadas ou que estão desenvolvendo alternativas, mesmo que precisem sair de sua área de conforto.
Contudo, uma análise rasa indica que o principal objetivo em tratar destes temas é parecer moderno, antenado ou que tem boas práticas de gestão e os melhores produtos, e algumas vezes o discurso acaba passando longe da prática. Aliás, não se engane: seus clientes sabem ler esse comportamento muito bem.
Do mesmo modo, uma opinião expressa em tom de desabafo ou sob a pressão do momento, pode influenciar negativamente uma marca cuja construção custou tempo e energia consideráveis. Isto aconteceu com uma fala do Chef Junior Dursk, maior representante da marca Madero recentemente.
Transparência e valores
Transparência e busca incessante pelo aprofundamento dos valores e essência da marca. Esta deveria ser a ação diária do gestor. Traduzida em uma frase, seria:
“O quê devo fazer hoje para que minha marca transmita corretamente nossos valores e os benefícios que proporcionamos aos nossos clientes e à comunidade?”
Sua energia deve se concentrar em mostrar valores e benefícios de forma continuada. Repetir estas ações até que os não clientes sejam capazes de se identificar com eles, desejar absorvê-los e replicá-los.
Em tempo: sua empresa promoveu alguma ação para combater o Coronavírus? Estão colaborando para reduzir os riscos de contágio? Fizeram ações pela comunidade ou doações no período da quarentena? Estão se preparando para apoiar colaboradores, seus familiares ou à comunidade local quando o pico da crise passar?
Em conclusão, devemos lembrar que: gerir uma marca não pode ser apenas uma forma de torná-la cada vez mais conhecida e reconhecida por suas realizações. Há que se responder honestamente qual a diferença que ela tem feito em tempos de mares revoltos.